Por: Suzano Almeida
Ceilândia possui cerca de 350 mil habitantes, em sua maioria nordestina ou descendente de nordestinos, que vieram para a capital em busca de uma vida melhor e aqui acabaram ficando. Também aqui instalaram sua cultura e costumes, associadas à de outras regiões, mas sem perder seu domínio. O ícone visível desta cultura é a Feira Central de Ceilândia, que comporta 460 bancas. Criada em 1984 ela reúne roupas, calçados, artigos para o lar, hortifrutigranjeiro e uma culinária de dar inveja. Porém por muito tempo a Feira Central foi cercada por camelôs, que ali também vendiam de tudo um pouco, mas com a entrada do governo Arruda a feira do centro (ou dos camelôs) foi transferida para uma instalação há cerca de 300 metros do local original, com mais espaço, segurança, estacionamento fechado e dentro da legalidade. A feira, criada em agosto de 2007, foi batizada de Shopping Popular de Ceilândia (ShPC) e possui 834 bancas. Mesmo agora que está em local de melhor qualidade e tem um maior número de bancas o ShPC não tem dias muito proveitosos em relação a lucros. Já a Feira Central, que com a retirada dos camelôs do centro da cidade ficou mais visível, diz está se mantendo e progredindo a passos curtos.
O administrador da Feira Central Francisco Nogueira, o França, está a quase 16 anos à frente da administração e possui duas bancas na feira. Ele afirma que passam pela feira, por semana, entre sete e 10 mil pessoas. Elas se dividem na compra de artigos para uso pessoal, nos restaurantes de comidas típicas e artigos para o lar. Outro chamativo para o movimento é a Feira Central ser usada como ponto de encontro. “A quantidade de nordestinos que vem a feira é muito grande. Eles usam o local não só para comprar, mas para encontrar outras pessoas”. – afirma França. – “as pessoas vem até a administração e muitas vezes pedem para anunciar outras com o intuito de reencontra-las”. Durante a entrevista França não quis revelar números oficiais sobre o balanço geral da feira. Ele diz não achar seguro e nunca ter feito um balanço, por isso não possui dados, porém nos dois dias em que durou nossa reportagem conversamos com alguns donos de bancas e podemos calcular uma média de 100 mil a 120 mil reais por mês da feira.
Do outro lado está o ShPC que apesar de está instalado a quase um ano, ainda não tem uma clientela tão grande e sofre com o não direcionamento de clientes até lá. Os boxes não foram entregues até hoje e muitos tem bancas improvisadas. Mesmo com a propaganda feita pelo Governo do Distrito Federal a presidente da Associação dos feirantes do ShPC, Ana Maria Oliveira Lima, diz que a feira não recebe nem 20% dos fregueses que recebia quando estava no centro da Ceilãndia. Segundo balanço fornecido pela presidente no mês de fevereiro o ShPC arrecadou R$17.890. “O movimento aqui está muito fraco e os lucros caíram muito”. Cada feirante paga uma taxa única de R$ 10 por semana que serve para a manutenção das instalações, funcionários e materiais referentes ao andamento da feira, tudo documentado. “Nos ainda não pagamos as taxas do governo” – Diz Ana Maria.
Na Feira Central França afirma que a taxa chega no máximo a R$ 100, o que já inclui os benefícios para os feirantes e propaganda. Esta informação foi rebatida minutos depois por uma das primeiras feirantes da Feira Central, Dona Socorro, que trabalha na mesma banca desde a inauguração. Ele nos conta que a taxa é de R$ 50 por semana, mais imposto Candango (contribuição paga ao GDF), no fim do mês o total por banca chega a quase R$300.
O administrador da Feira Central Francisco Nogueira, o França, está a quase 16 anos à frente da administração e possui duas bancas na feira. Ele afirma que passam pela feira, por semana, entre sete e 10 mil pessoas. Elas se dividem na compra de artigos para uso pessoal, nos restaurantes de comidas típicas e artigos para o lar. Outro chamativo para o movimento é a Feira Central ser usada como ponto de encontro. “A quantidade de nordestinos que vem a feira é muito grande. Eles usam o local não só para comprar, mas para encontrar outras pessoas”. – afirma França. – “as pessoas vem até a administração e muitas vezes pedem para anunciar outras com o intuito de reencontra-las”. Durante a entrevista França não quis revelar números oficiais sobre o balanço geral da feira. Ele diz não achar seguro e nunca ter feito um balanço, por isso não possui dados, porém nos dois dias em que durou nossa reportagem conversamos com alguns donos de bancas e podemos calcular uma média de 100 mil a 120 mil reais por mês da feira.
Do outro lado está o ShPC que apesar de está instalado a quase um ano, ainda não tem uma clientela tão grande e sofre com o não direcionamento de clientes até lá. Os boxes não foram entregues até hoje e muitos tem bancas improvisadas. Mesmo com a propaganda feita pelo Governo do Distrito Federal a presidente da Associação dos feirantes do ShPC, Ana Maria Oliveira Lima, diz que a feira não recebe nem 20% dos fregueses que recebia quando estava no centro da Ceilãndia. Segundo balanço fornecido pela presidente no mês de fevereiro o ShPC arrecadou R$17.890. “O movimento aqui está muito fraco e os lucros caíram muito”. Cada feirante paga uma taxa única de R$ 10 por semana que serve para a manutenção das instalações, funcionários e materiais referentes ao andamento da feira, tudo documentado. “Nos ainda não pagamos as taxas do governo” – Diz Ana Maria.
Na Feira Central França afirma que a taxa chega no máximo a R$ 100, o que já inclui os benefícios para os feirantes e propaganda. Esta informação foi rebatida minutos depois por uma das primeiras feirantes da Feira Central, Dona Socorro, que trabalha na mesma banca desde a inauguração. Ele nos conta que a taxa é de R$ 50 por semana, mais imposto Candango (contribuição paga ao GDF), no fim do mês o total por banca chega a quase R$300.
Além da retirada dos camelôs do centro outro fator que contribuiu para o aumento da clientela foi a diminuição dos roubos e assaltos, com a segurança os clientes voltaram a transitar pela feira. Eram encontrados de 50 a 60 carteiras de identidade por mês, segundo França esse número caiu para zero depois da retirada.
Uma das grandes vantagens da Feira Central sobre o Shopping Popular fica por conta da tradição. As pessoas que freqüentam a Feira Central vão em busca de produtos já conhecidos por eles, e muitas vezes por estarem a muito tempo instalados na feira os comerciantes criam amizade e um vinculo de confiança com os clientes. A feira dos camelôs, que hoje é o ShPC, se descaracterizou com a mudança de local, mesmo não ficando muito longe do centro da cidade ela não possui a tradição e os vínculos que os comerciantes da Feira Central criaram após tantos anos. Outros fatores são os produtos e as comidas que já estão adaptadas ao gosto de muitos clientes, aparentemente os produtos possuem características diferentes de qualidade, o que também ajuda na opção de escolha de um produto.
Os preços possuem diferenças, chegam a 60% do valor de uma para outra. Os comerciantes dizem que o motivo é que a mercadoria possui uma qualidade melhor. – Mão de obra mais cara, qualidade melhor, preço maior.
A Feira Central também é ponto de encontro e referencial para os amigos tomarem uma cerveja juntos, ou as famílias almoçarem nos finais de semana, as comidas típicas de varias regiões e estados do país atraem os clientes que a muito tempo saíram de sua terra natal. Este é um mercado que a Feira Central é quase imbatível, disputando até com restaurantes da cidade.
Enquanto isso o ShPC sofre com bancas precárias, algumas remanescentes do incêndio ocorrido no meio do ano passado, quando ainda estavam no centro da cidade, as barracas de comida não possuem espaço e condições para preparar comidas mais elaboradas, e tem que se contentar em produzir uma alimentação mais básica. Pastéis e sanduíches são a maioria das refeições produzidas nas 18 barracas que trabalham com alimentos.
Boa parte das bancas da Feira Central já trabalha com cartões de crédito e débito, o que facilita o parcelamento, enquanto isso a presidente Ana Maria tenta trazer para o ShPC caixas eletrônicos, mas ainda espera a regularização da documentação final do espaço.
Principalmente nos finais de semana a procura por produtos como hortifrutigranjeiro é intensa na Feira Central, já no Shopping Popular estes produtos não possuem autorização e nem espaço especifico para venda.
Frank é funcionário na banca 413, da Feira Central, há quatro anos, ele não acha que a retirada foi tão boa, e acredita que as vendas da loja caíram. O mesmo diz Dona Socorro, ela relata que os clientes têm deixado de ir nos finais de semana para a Feira Central e ido nas quartas-feiras para a chamada Feira dos Goianos que fica a cerca de 5km do centro da Ceilândia. Os produtos lá costumam ser mais baratos por não possuírem os mesmos impostos que as bancas fixas da Feira Central possuem, daí o maior poder de barganha. Os feirantes do ShPC também concordam, mas reclamam menos por não pagarem, por enquanto, os impostos normais. Eles só começaram ser pagos quando a documentação estiver pronta.
A maior quantidade de produtos, variedades e a acessibilidade facilitada, pelo local que se encontra a Feira Central, ajuda nas vendas, mas no caso do ShPC a mudança esta levando muitos a falência, isto devido a porção mínima de clientes que se dirigem até lá, apesar de não ser tão longe da outra feira.
Uma das grandes vantagens da Feira Central sobre o Shopping Popular fica por conta da tradição. As pessoas que freqüentam a Feira Central vão em busca de produtos já conhecidos por eles, e muitas vezes por estarem a muito tempo instalados na feira os comerciantes criam amizade e um vinculo de confiança com os clientes. A feira dos camelôs, que hoje é o ShPC, se descaracterizou com a mudança de local, mesmo não ficando muito longe do centro da cidade ela não possui a tradição e os vínculos que os comerciantes da Feira Central criaram após tantos anos. Outros fatores são os produtos e as comidas que já estão adaptadas ao gosto de muitos clientes, aparentemente os produtos possuem características diferentes de qualidade, o que também ajuda na opção de escolha de um produto.
Os preços possuem diferenças, chegam a 60% do valor de uma para outra. Os comerciantes dizem que o motivo é que a mercadoria possui uma qualidade melhor. – Mão de obra mais cara, qualidade melhor, preço maior.
A Feira Central também é ponto de encontro e referencial para os amigos tomarem uma cerveja juntos, ou as famílias almoçarem nos finais de semana, as comidas típicas de varias regiões e estados do país atraem os clientes que a muito tempo saíram de sua terra natal. Este é um mercado que a Feira Central é quase imbatível, disputando até com restaurantes da cidade.
Enquanto isso o ShPC sofre com bancas precárias, algumas remanescentes do incêndio ocorrido no meio do ano passado, quando ainda estavam no centro da cidade, as barracas de comida não possuem espaço e condições para preparar comidas mais elaboradas, e tem que se contentar em produzir uma alimentação mais básica. Pastéis e sanduíches são a maioria das refeições produzidas nas 18 barracas que trabalham com alimentos.
Boa parte das bancas da Feira Central já trabalha com cartões de crédito e débito, o que facilita o parcelamento, enquanto isso a presidente Ana Maria tenta trazer para o ShPC caixas eletrônicos, mas ainda espera a regularização da documentação final do espaço.
Principalmente nos finais de semana a procura por produtos como hortifrutigranjeiro é intensa na Feira Central, já no Shopping Popular estes produtos não possuem autorização e nem espaço especifico para venda.
Frank é funcionário na banca 413, da Feira Central, há quatro anos, ele não acha que a retirada foi tão boa, e acredita que as vendas da loja caíram. O mesmo diz Dona Socorro, ela relata que os clientes têm deixado de ir nos finais de semana para a Feira Central e ido nas quartas-feiras para a chamada Feira dos Goianos que fica a cerca de 5km do centro da Ceilândia. Os produtos lá costumam ser mais baratos por não possuírem os mesmos impostos que as bancas fixas da Feira Central possuem, daí o maior poder de barganha. Os feirantes do ShPC também concordam, mas reclamam menos por não pagarem, por enquanto, os impostos normais. Eles só começaram ser pagos quando a documentação estiver pronta.
A maior quantidade de produtos, variedades e a acessibilidade facilitada, pelo local que se encontra a Feira Central, ajuda nas vendas, mas no caso do ShPC a mudança esta levando muitos a falência, isto devido a porção mínima de clientes que se dirigem até lá, apesar de não ser tão longe da outra feira.
Imagem: Wikipédia / Divulgação
2 comentários:
Essa feira tem histórias... Muito boa a matéria.
UAU Suzano.. você fez a matéria toda só? Ficou ótima. Foi lá colher dados?
Parabéns. :)
Beijos
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