Polêmica no STF

Por Carla Dourado

Em seu 3º dia de debate (04/09) a discussão sobre a lei que permite o aborto de fetos anencéfalos foi manisfetada por inumeros debates. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurelio Mello continuou favorável ao aborto dos anencéfalos juntamente com o ministro da saúde José Gomes Temporão que criticou as interferências religiosas no debate.
O Ministro Marco Aurélio provocou o obstetra Dernival da Silva Brandão, então presidente da Comissão de Ética e Cidadania da Academia Fluminense de Medicina, diante de sua exposição contrária à antecipação do parto no caso analisado, o ministro questionou o médico se ele defendia a tese de que o sofrimento purifica o ser humano, Brandão disse acreditar nessa premissa e acredita que a dor aproxima as pessoas.
No mesmo dia houve um depoimento de uma mãe pernambucana que optou por interromper a gestação do feto que era diagnosticado como anencéfalo, ela relatou não sentir remorso e que sentiu paz ao realizar o procedimento e saber que a lei a amparava.
Situação contraria ocorreu durante a primeira audiência, em 26 de Agosto, quando Cacilda Galante Ferreira, mãe da menina Marcela de Jesus que depois de diagnosticada como anencéfala viveu 1 ano e 8 meses. Cacilda não foi chamada para dar seu depoimento e só pôde se manifestar informalmente quando era abordada por jornalistas durante os intervalos das sessões.
Em 2004 o ministro Marco Aurelio concebeu liminar autorizando o aborto de anencéfalos no país.
A sessão realizada ontem deveria ser o terceiro e último dia de debate no Supremo mas a cupula decidiu estender o encontro por mais um dia. O proximo encontro será em 16 de Setembro.

Fonte: Correio Braziliense