sábado, 3 de janeiro de 2009

Covardia no Oriente Médio

Por: Suzano Almeida

Com a guerra entre Israel e o Hamas, entrando no seu 7º dia, a Comunidade Internacional esta em parafuso. A pressão por um cessar fogo é constante, principalmente sobre o governo israelense, mas nem entre os próprios integrantes da ONU há um consenso sobre o assunto.
Após verem seu povo passar por dificuldades dentro da Faixa de Gaza, devido as barreiras impostas pelo exercito israelense, integrantes do Hamas não renovaram com Israel o acordo de cessar fogo, assinado a seis meses (antes do inicio dos últimos ataques) e declararam o fim do período de trégua após lançarem um primeiro foguete em direção a Israel.
A bem da verdade este confronto não tem apenas um carácter de defesa, mas de extermínio. São lançadores de foguetes, que raramente acertam algum alvo importante, contra caças e tropas altamente armadas e com o patrocínio dos Estado Unidos. A preocupação em eliminar o Hamas na Faixa de Gaza é tão intensa que os ataques não estão poupando nem os civis da região. Por mais que as autoridades israelense digam que o objetivo é o Hamas centenas de civis já foram mortos, além de um hospital com crianças e idosos, o que fere todos os tratados de guerra.
A imposição de um Estado israelense feita a 60 anos atrás, após o fim da Segunda Guerra Mundial, deu inicio aos confrontos de dois povos históricamente inimigos, e com o patrocínio de países como os EUA apenas de um lado (Israel) esse confronto se tornou ao longo dos anos um massacre de um lado só. A tão temida Jihad Islâmica (Guerra Santa Mulçumana) é hoje uma realidade não só pelo extremismo dos povos árabes, mas pela situação criada sobre eles ao longo dos anos.
Aqui no Ocidente o estatus de inimigos do mundo até o inicio da década de 90 eram dos russos da extinta União Soviética, mas com o fim da Guerra Fria o foco mudou e os inimigos se tornaram todos os povos mulçumanos - ódio disseminado pelos EUA, após a guerra do Golfo -. Talvez por isso o patrocínio intenso a Israel e a falta de apoio aos palestinos da Faixa de Gaza até por parte da imprensa que dá mais ênfase as mortes do lado de Israel do que a mais de 400 vítimas do lado palestino. O que nos faz remeter a reunião de emergência da ONU, onde os EUA queria responsabilizar o Hamas, única e exclusivamente pelo inicio dos confrontos além de afirmar por meio da Casa Branca que Israel tem todo direito de se defender. Mas isto não é defesa e sim extermínio.
Quanto ao desfecho deste episódio, já está claro que a intenção dos israelenses de eliminar o Hamas da faixa de Gaza e retormar o território, mas a que preço? Até quando a ONU vai se manter passiva a esta situação? De quê serve um tribunal internacional sem poder suficiente para intervir numa situação como esta além de se curvar aos mandos e desmandos de um único país?
O novo cenário mundial ainda demonstra que ninguém manda mais do que aqueles que mais matam no mundo e que os gritos de dor só são escutados do lado mais forte. Já que a eficiência das mortes provocadas pelas potências do Oriente Médio não dão direito de defesa aos mais fracos.

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