sábado, 11 de outubro de 2008

Especial: Como eles vêem o futuro


Por: Suzano Almeida


Não há como contestar que os tempos estão mudando, e estão mudando muito rápido, a expectativa de vida já chega a 72 anos em média para homens e mulheres, e cai drasticamente para os jovens que morrem mais, entre 16 e 24 anos (segundo dados do IBGE), principalmente nas periferias, reflexo da violência e da omissão dos governantes. Porém surge uma nova geração cercada de novas tecnologias e esperançosa de que dias melhores virão. É ela que enxerga a esperança que muitos de nós já começa a perder.Foi isto que com emoção conseguimos apurar junto às crianças do CAIC Bernardo Sayão, na Ceilândia.

Jadyson do Carmo Cabral, oito anos, que ser do IBAMA, e é uma daquelas crianças de encher os olhos de qualquer cético, por tamanha fé demonstrada a nossa reportagem: “Eu tenho certeza que muitas coisas ruins vão acontecer, mas aí Jesus vai voltar”.

Já Kevin,10, deseja se formar em biologia, e tem em sua voz a esperança que muitos de nós já deixamos escapar: “O mundo vai virar um paraíso e a violência vai acabar”.

Há algumas crianças que até desentoam desse discurso, pois já convivem com o sentimento que consome a sociedade, é o caso de Sara Luiza, oito anos, que sonha em ser professora, e não esconde em seu semblante a preocupação com seu futuro: “o futuro vai ser violento. Hoje muitas pessoas estão morrendo por causa da violência”.

Vitória Cristina, seis anos, vai ser professora, e tem em seus gestos e em sua voz a docilidade do futuro que esquecemos de buscar: “daqui trinta anos a Terra vai ser melhor e as pessoas vão ser melhores”.

Daniel Catuama, seis anos, pretende ser policial, e diz com convicção: “o mundo vai estar mais legal. Vai ter menos guerra e menos violência”.

Matheus Felipe, 10 anos, possui um coração de ouro, quando adulto que ser advogado para ajudar os que precisam de ajuda, e conta com a esperança em seu coração: “vai haver muitas melhorias, menos violência, menos guerra e os pais não vão brigar”.

Em todas as crianças entrevistadas foi fácil ver o afeto que elas possuem por seus professores mesmo em tempos difíceis entra alunos e mestres. Eles têm na imagem da escola uma porta para dias melhores. Kevin acredita que ela ajuda a pensar no futuro.

Quanto ao desmatamento Jadyson é categórico ao afirmar que quem polui está destruindo sua própria casa. Não é à toa que está geração é chamada uma nova civilização, pois como diria Carlo Maltz: “vamos perdoar aquela gente que não soube enxergar um pouco na frente... vamos celebrar a nova civilização que já nasceu cuidando bem para não perder tudo também”.

Está ai um novo caminho para quem procura esperança.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Suzano pela matéria!!!

Bjs,
Paula Costa