sábado, 20 de junho de 2009

Grandes Torcedores: O Porco




Por Suzano Almeida


O blog Eternidades da Semana faz uma homenagem àqueles que fazem dos grandes times grandes paixões e conta a história de torcedores que dedicam suas vidas a amar um clube de futebol.


João Ribeiro de Queiroz, mais conhecido como Queiroz na Guariroba, bairro situado em Ceilândia (DF), é daqueles que levam a paixão a serio e homenageiam seu clube de coração utilizando as cores dele em tudo. A casa tem o portão verde e branco, o carro é verde e por “conhecidência” as três filhas tem os nomes iniciados pela letra “P”. Sim ele é torcedor da Sociedade Esportiva Palmeiras – Tetra Campeão Brasileiro e com inúmeros outros títulos nacionais e internacionais.


Nascido em São Miguel, no Rio Grande do Norte, aos 20 anos se mudou para a capital paulista, para a Rua João Ramalho, logo começou a freqüentar o estádio do Morumbi. Lá assistiu vários clássicos, mas um lhe impressionou. São Paulo e Palmeiras, em 1972. O Palmeiras foi batido pelo Tricolor por dois a zero, mas a impressionante atuação do Porco – apelido dado ao time – foi o suficiente para Queiroz falar: “este é meu time”.


“O Palmeiras comandado por Edu ‘Bola’ era um time que colocava no chão a bola e jogava sempre indo para cima e não desistia mesmo em desvantagem”, afirma Queiroz com a alegria e a nostalgia de bons tempos.


Com a paixão instalada em sua voz nosso personagem principal fala sobre a grande parceria entre o Verdão e a Parmalat, que rendeu ao Palmeiras títulos importantíssimos como os brasileiros de ’93 e ’94 e a grande conquista da Taça Libertadores da América de 1999. No período entre estes títulos o time comandado por Vanderlei Luxemburgo, nos títulos brasileiros, e Luiz Felipe Scolari, no titulo da Libertadores, era praticamente imbatível. “Quase todos os jogadores foram convocados para seleção naquela época”.


Mas nem só de alegria vivem os torcedores e o maior baque sofrido em todos esses anos de dedicação a sua grande tristeza aconteceu em 2001. O todo poderoso Porco dos anos 1990 caiu para a Séria B – a segunda divisão do Brasileirão – a tristeza foi superada pelo imenso amor da grande Mancha Verde, principal torcida do clube, e no ano seguinte a volta por cima foi dada e lá estava o Palmeiras no lugar de onde nunca deveria ter saído.


Quando eu pensava que já havia acabado uma música começou a sair de uma velha radiola. Um mini disco de vinil tocava o hino do Verdão e logo depois reparei nos olhos do sábio torcedor lágrimas. A emoção se repetiu quando ele virou o disco e lá estava o hino do Palestra Itália – nome original do clube, que foi mudado durante a Segunda Guerra Mundial.


Orgulhoso de sua paixão Queiroz não poderia deixar de falar de suas outras paixões: suas filhas Paula, Patrícia, Paloma e sua esposa Silvinha, a quem presenteou com um lindo relógio, do Palmeiras é claro. Suas 11 camisas, todas bem conservadas e dos seus dois grandes ídolos: Ademir da Guia e, aquele que para ele é eterno, o campeão mundial com a Seleção Brasileira de 1994, Zinho.


Queiroz não merecia apenas uma matéria, mas um belo livro e assim abrimos nossa Série com o pé direito e chave de ouro.

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